A influência dos rios no vinho

Francisca JaraFrancisca Jara

Francisca Jara

29/09/2023

No mundo vitícola, a combinação de calor, luz solar e água compõe o que conhecemos como clima, fundamental para o crescimento das uvas. E o que acontece quando os rios entram nessa equação?

Dar visibilidade à importância de conservar e proteger os rios é o objetivo por trás do Dia Mundial dos Rios que se comemora no dia 24 de setembro. Os rios hospedam uma variedade importante de ecossistemas e espécies, ao mesmo tempo que fornecem água potável aos seres humanos. A água dos rios desempenha um papel importante para a manutenção da vida na Terra e para o desenvolvimento humano e por isso a necessidade de protegê-los e de promover a sua gestão sustentável. É esse o apelo da Organização das Nações Unidas (ONU) com a criação dessa data, que procura conscientizar sobre estas correntes de água que são fonte de vida.

Embora os rios constituam uma pequena fração da água doce do planeta (0,49%), sua influência é muitíssimo maior. A influência desses corpos d’água sobre o clima é incontestável e, no caso do vinho, apresentam impacto direto sobre o crescimento e as características das uvas.

Os rios e o clima

Como já dissemos, os rios são massas de água que geram vida. Além disso, não podemos esquecer que sua influência também propiciou o surgimento de grandes zonas vitícolas. Não pela irrigação, mas sim moldando a paisagem, moderando a temperatura e refletindo a luz. Não é nenhuma coincidência que alguns dos grandes vinhos do mundo estejam  estreitamente relacionados a cursos de água. Com certeza, você já ouviu falar dos rios Ródano, Reno, Mosela, Douro e Napa, e que são também locais de origem de famosos vinhos.

A influência dos rios sobre o clima se explica por seu aquecimento e resfriamento mais lento do que a terra. Isto permite que, no outono, por exemplo, os rios sejam áreas de temperaturas mais elevadas que a terra circundante, entregando calor a zonas vitícolas de clima frio e, consequentemente, ajudando a prolongar a época de crescimento da uva. Ao mesmo tempo, também refletem a luz do sol em direção aos vinhedos e, dessa forma, ajudam as uvas a madurarem em latitudes distantes do Equador e as protegem das geadas. Ou seja, os rios são capazes de moderar climas severos em todo o mundo, o que é muito importante no mundo do vinho já que a maioria dos vinhedos se encontram em áreas extremas ou marginadas.

Gran Reserva: uma localização privilegiada

Não é por acaso que todos os vinhos da linha Gran Reserva sejam provenientes de uma localização privilegiada, ou seja, próximo a um rio importante. O Gran Reserva Sauvignon Blanc provém de um extraordinário vinhedo de Ucúquer, situado às margens do rio Rapel e a apenas 20 km do oceano Pacifico; os vinhedos do Gran Reserva Cabernet Sauvignon e Gran Reserva Malbec, por sua vez, estão localizados em terraços na margem sul do rio Tinguiririca, em uma das zonas mais frescas do vale de Colchagua; já os vinhedos do Gran Reserva Carmenère crescem em Peumo às margens do rio Cachapoal, no vale de mesmo nome.

Graças a essa localização, na qual os rios controlam os climas, é que a equipe enológica detrás do Gran Reserva consegue alcançar um equilíbrio das uvas de forma natural. A influência moderadora de todos esses rios permite que se obtenha uma maturação correta das uvas, ainda com a manutenção de sua acidez, o que se traduz em vinhos frescos e muito equilibrados. E o melhor de tudo é que esta qualidade permite expressar de forma constante a qualidade do terroir, safra após safra.

Estamos falando de um Sauvignon Blanc com notas minerais, fresco em boca e admiravelmente intenso. De um Cabernet Sauvignon de textura sedosa, com grande concentração de aromas intensos e um longo final. De um Carménère crocante e concentrado e de um Malbec com sabor concentrado de frutas negras, estrutura e densidade. Vinhos que não passam despercebidos e que honram os rios Rapel, Tinguiririca e Cachapoal. Saúde pelo Dia Mundial dos Rios!